Artigo retirado do site Positive Discipline
Traduzido e adaptado por Juliana Palma

Por que as crianças não cumprem seus acordos? Será que às vezes os pais e professores dizem: “Então, a partir de agora é isso que vamos fazer, combinado?" Quando os acordos e combinados são feitos apenas pelos adultos e não deixa espaço para discussão, as crianças muitas vezes dão de ombros, concordando, o que na verdade significa: “Claro, vou concordar em tirar você do meu pé, mas não concordo.”

Envolvimento = Cooperação

As crianças geralmente cumprirão seus acordos quando forem respeitosamente envolvidas na elaboração dos acordos, o que requer várias etapas:

1. Sentem-se juntos em um momento calmo (não no momento do conflito) e tenham uma discussão respeitosa sobre o assunto que requer um acordo. É importante esperar até que todos tenham se acalmado antes que uma discussão racional possa ser alcançada.
2. Durante o tempo de discussão, certifique-se de que todos tenham a oportunidade de compartilhar seus pensamentos e sentimentos sobre o assunto. Interrupções não são permitidas quando alguém está compartilhando. Algumas famílias usam uma ampulheta de três minutos. A pessoa que está compartilhando pode ter os três minutos inteiros ou pode parar antes que seu tempo acabe, dizendo isso. A pessoa ou pessoas que estão ouvindo não podem defender, explicar ou dar sua opinião até que seja sua vez.
3. O brainstorming só acontece depois que todos tiveram a chance de compartilhar. Torne o brainstorming divertido onde qualquer sugestão é escrita - não importa o quão maluca seja a ideia.
4. Durante o tempo de acordo, é normal discutir os prós e os contras de cada ideia do brainstorming. Você pode começar perguntando:
   - Existe algo que deve ser eliminado porque não é prático? (Talvez você não possa pagar ou não tenha outros recursos disponíveis para realizar a ideia.)
   - Existe algo que deve ser eliminado por ser desrespeitoso a todos os envolvidos?
   - Existe algo que deve ser eliminado porque não resolveria realmente o problema?
5. Com sorte, sobrarão algumas sugestões. Escolha uma com a qual todos concordem.
6. Se for o caso, escolha a hora exata para a realização do acordo. Por exemplo, se sua filha concordou em lavar a louça, negocie um horário que funcione para vocês dois.
7. Quando um acordo não é cumprido, pergunte respeitosamente: "Qual foi o nosso acordo?" Continue lendo para descobrir porque isso pode ser necessário.

A razão pela qual as crianças “geralmente” não mantêm seus acordos quando são respeitosamente envolvidas é porque crianças são crianças. Mesmo quando realmente pretendem cumprir seus acordos, eles não têm as mesmas prioridades que os adultos. Elas podem ter a intenção de lavar a louça, mas como não está no topo de sua lista de prioridades, pode ser "esquecido". Com que frequência você chega aos itens que deveria fazer, mas que não estão no topo de sua lista de prioridades? Visto que lavar a louça está no topo de sua lista de prioridades e você respeitosamente envolveu seu filho na criação de um acordo, que incluía um prazo específico; não há problema em perguntar respeitosamente a seu filho: "Qual foi o nosso acordo?"

Se essas etapas não promoverem um acordo bem-sucedido, comece novamente do início. Durante a etapa dois, você pode descobrir os motivos - e estará dando a todos a oportunidade de continuar aprendendo com os erros.

Para professores

Você pode fazer acordos com alunos individualmente ou com toda a classe. O processo é o mesmo.

1. Faça uma discussão amigável onde os alunos e o professor possam expressar seus sentimentos e pensamentos.
2. Faça um brainstorming em conjunto para encontrar soluções e encontre uma que todos concordem em tentar.
3. O envolvimento aumenta o comprometimento.
4. Combine um cronograma.
5. Verifique na hora combinada (ou durante a próxima Reunião de Classe) para ver como as coisas estão indo.
6. Se um acordo não estiver sendo seguido, pergunte: "Qual foi o nosso acordo?" Isso geralmente serve como um lembrete amigável.
7. Se o acordo não funcionar, repita as etapas, começando com uma discussão sobre o motivo pelo qual não funcionou.