Como equilibrar vida profissional e criação dos filhos?

Artigo escrito por Juliana Palma

Inspirado no livro Disciplina Positiva para Pais Ocupados

Comprei o livro Disciplina Positiva para pais ocupados em Março deste ano (2020), uma semana antes da pandemia. E até o dia de hoje eu ainda não tinha conseguido parar para ler. Hoje ao folhear as primeiras páginas do livro eu leio o seguinte: 1 "A dinâmica familiar mudou consideravelmente nas últimas décadas, em especial no que se refere às mulheres que trabalham profissionalmente fora de casa e aos homens que participam mais da criação dos filhos." Logo a identificação surgiu, me senti acolhida pela frase e pensei "Meu Deus é isso mesmo, tudo mudou muito rápido nos últimos anos, mas principalmente durante essa pandemia."

O trabalho em casa (home office), as aulas remotas, as tarefas de casa aumentando, a falta de opção de lazer devido ao confinamento... Haja criatividade, paciência e sanidade mental para levar tudo isso numa boa! E a não ser que você seja a She-ha, Mulher-maravilha ou a Viúva-Negra, provavelmente está neste exato momento lendo esse texto e pensando nas 78039738753927439275 que você precisa fazer durante o dia!

Pensando em trazer alguma solução para nossas vidas e tentar deixá-la com menos pressão possível, aqui vão três dicas para aliviar a sua sobrecarga.

Lidar com a culpa por trabalhar: Quando não somos cobradas(os) por mais tempo livre pelos filhos e nem pelo parceiro (a), nós nos fazemos essa cobrança. "Pensamos: preciso passar mais tempo com a família, preciso fazer comidas melhores, preciso brincar mais, meu Deus, hoje não assisti aquele filme com meu filho de novo!"

E trabalhamos diariamente com o sentimento de escassez, onde nada que façamos parece ser suficiente. Mas trago notícias boas: Apesar de nos enchermos de culpa, pesquisas mostram que o olhar de nossos filhos sobre nós e sobre nosso trabalho, é sempre muito positivo.

A pesquisa de Ellen Galinsky em Ask the Children mostra que, quando perguntada sobre como se sentiam sobre suas mães que trabalham, a maioria das crianças respondia que estava orgulhosa. Um estudo publicado na Psychology of Women Quarterly em 2015 também confirmou que as atitudes das crianças em relação às mães que trabalham estão melhorando ao longo das gerações. Também em 2015, a Harvard Business School publicou um estudo confirmando que as filhas de mães que trabalham geralmente tinham mais sucesso e maiores ganhos durante o seu crescimento, e os meninos eram mais propensos a estarem envolvidos no cuidado com a casa e as crianças.

Derrubar o mito dos pais perfeitos: Nossos filhos são os projetos mais importantes de nossa vida e é aí que começa a pressão. Esse projeto não pode dar errado! Ser mãe e pai é um processo de aprendizagem, e todo aprendizado vem recheado de erros. Aceitar que não há um pedestal para os melhores pais, porque educar não é uma competição, nos dá liberdade para ser quem somos e aceitar nossos filhos por quem eles são. E por falar em aceitação e liberdade, aceitar que vamos errar, que nossos filhos vão errar e tá tudo bem, é libertador.

Fazer o que dá: Sim! Precisamos aprender a fazer o que dá. Estabelecer horários e rotinas para nosso trabalho, para as atividades da casa e para estar com nossos filhos é super importante. Mas nem sempre vai dar. Ouvimos muito as pessoas dizerem que precisamos manter o equilíbrio. Mas se você, assim como eu, não é um profissional em malabares, é provável que você só consiga manter o equilíbrio entre duas coisas e não entre 5, 15 ou 45 coisas ao mesmo tempo. Por isso, guarde essa dica no seu coração: faça o que dá e aprenda a viver bem com isso.

1 Trecho retirado do livro Disciplina Positiva Para Pais Ocupados

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